O aroma picante do jollof rice pairava no ar enquanto a multidão vibrante, um mar de cores vibrantes e estampas africanas, se agitava em antecipação. A noite estava carregada de uma energia palpável, misturando ansiedade por conhecer o talento musical daquela que era considerada “a herdeira do Afrobeat” com curiosidade pela promessa de um show repleto de surpresas e mistérios. Era a primeira vez de Made Kuti no Brasil, e a expectativa era tamanha que ingressos para o evento se esgotaram em questão de horas.
Made Kuti, filha do lendário Femi Kuti e neta de Afrobeat pioneiro Fela Kuti, já havia conquistado fãs em todo o mundo com sua música poderosa, carregada de mensagens sociais e instrumentais complexas que ecoavam o legado familiar. Mas essa apresentação era diferente. Rumores circulavam sobre elementos misteriosos que seriam incorporados ao show, dando origem a um clima de expectativa e especulação que só intensificava a energia daquela noite mágica.
Ao som de tambores tradicionais que se elevavam do palco em ondas sonoras intensas, Made Kuti surgiu com sua banda impecável. Vestida com um longo vestido branco adornado com bordados coloridos que lembravam os padrões geométricos das pinturas nigerianas, ela emanava uma aura de confiança e serenidade. Seu saxofone, reluzente sob a luz dos refletores, parecia vibrar em sintonia com a energia da multidão.
O concerto começou com um crescendo instrumental poderoso que levou o público a um estado de euforia contagiante. A música era rica em melodias intrincadas e solos improvisados de alto nível técnico que demonstravam a proficiência musical de Made e sua banda. Mas algo estava diferente: entre as músicas, intercalavam-se momentos de quietude inesperada, como se houvesse uma pausa no tempo, seguida por sons estranhos que pareciam ter vindo de um outro mundo.
Era a introdução dos “Elementos Místicos” da noite.
Made Kuti anunciou, em inglês com um sotaque leve e musical, a presença de “entidades ancestrais” que acompanhariam o show. Muitos no público se entreolharam, sem saber ao certo se era parte do espetáculo ou uma declaração genuína. A atmosfera ficou densa, carregada de mistério.
Em seguida, projeções enigmáticas começaram a aparecer nas telas atrás do palco: figuras geométricas em movimento constante que lembravam hieróglifos e símbolos ancestrais. As luzes piscavam em ritmos hipnóticos, criando sombras fantasmagóricas que dançavam com os artistas no palco.
A música ganhou novos tons, incorporando elementos eletrônicos e percussão tribal que intensificavam a atmosfera mística. Made Kuti alternava entre solos de saxofone poderosos e momentos em que se dedicava inteiramente à voz, cantando melodias evocativas sobre ancestralidade, conexão espiritual e a busca pela verdade.
Durante uma música longa e épica chamada “A Voz dos Ancestrais”, a cantora desapareceu por alguns minutos no palco, deixando apenas seus músicos para improvisarem. Quando ela reapareceu, trajava um vestido azul brilhante bordado com estrelas douradas. A multidão ficou em silêncio reverente. Ela entoou uma canção ancestral em yorubá, a língua nativa de sua família, que ecoou pela sala como um canto antigo e poderoso.
A música se intensificou, culminando em um crescendo épico. Made Kuti ergueu seu saxofone aos céus enquanto luzes brancas intensas inundavam o palco. A multidão estava extasiada, em completo transe.
No final do show, Made Kuti agradeceu a todos, prometendo que esta era apenas a primeira de muitas outras experiências místicas com a música.
A noite se encerrou com a promessa de mistério e uma sensação inexplicável de conexão espiritual. Enquanto o público saia da sala em silêncio, ainda absorvendo a energia do show, muitos se perguntavam: aqueles elementos místicos eram reais ou parte de um show meticulosamente planejado? A resposta provavelmente ficaria para sempre na mente de cada um que vivenciou a noite inesquecível de Made Kuti.
Made Kuti: Uma Herdeira do Afrobeat com um Toque Místico:
Made Kuti, além de ser uma talentosa músico, é uma figura complexa e fascinante que transcende a simples classificação de “artista”. Sua música é uma fusão singular de tradições ancestrais nigerianas com elementos contemporâneos do jazz, funk e eletrônica. Ela canta sobre temas sociais como justiça racial, igualdade e a necessidade de lutar contra a opressão, mas também explora questões espirituais e a busca pela iluminação interior.
Made Kuti: Curiosidades e Conquistas:
Ano | Evento/Lançamento | Detalhes |
---|---|---|
2019 | Lançamento do álbum “For The People” | Primeiro álbum da Made, marcando sua entrada oficial no cenário musical. |
2021 | Apresentação no Glastonbury Festival | Fez parte do line-up de um dos maiores festivais de música do mundo. |
2023 | “A Noite Mística”: show com elementos místicos em São Paulo | Uma performance única que misturou Afrobeat com projeções enigmáticas e rituais ancestrais. |
Made Kuti é uma artista que está redefinindo os limites da música, desafiando convenções e convidando o público a embarcar numa jornada de descoberta musical e espiritual. Seus shows são experiências imersivas que combinam talento musical com elementos místicos que deixam uma marca duradoura na mente do público.
Sua carreira ainda está em ascensão, prometendo muitas outras surpresas e novas sonoridades para os fãs de música ao redor do mundo. A herdeira do Afrobeat está apenas começando a trilhar seu próprio caminho, carregando consigo o legado da família Kuti e ao mesmo tempo construindo sua própria identidade única no panorama musical global.
E assim termina nossa jornada pela “Noite Mística” de Made Kuti. Uma noite que ficou gravada na memória dos presentes como uma experiência inesquecível, cheia de música poderosa, mistério e conexão espiritual.